No último post falamos que o Neurofeedback é uma técnica usada para treinar o cérebro. Não é a única, é certo. Podemos treinar o cérebro com inúmeras atividades indicadas por vários profissionais, que em sua maioria as denominam “neuróbica”, ou a aeróbica do cérebro. Tais atividades estão relacionadas ao desafio de alterar alguns hábitos (ir para o trabalho por um caminho diferente, escovar os dentes com a mão não dominante, por exemplo) bem como a atividades que envolvem exercícios mentais (como fazer palavras cruzadas, jogar paciência, sudoku, entre outras coisas). São atitudes válidas e promovem, no mínimo, uma alteração da rotina e apresentam novos desafios para o cérebro, tirando-o da zona de conforto. Na “neuróbica” você objetivamente procura realizar atividades, alterar seu cotidiano, visando aumentar seu desempenho cognitivo. Esta prática “neuróbica” é diferente do que fazemos no Neurofeedback.
No treinamento com Neurofeedback você aprenderá, de forma consciente, a gerar estados mentais que produzirão alterações na sua psicofisiologia (como a mente afeta o corpo e vice-versa), levando à modificação de seu comportamento. É um processo contínuo que gera aprendizagem, que se expandirá para sua vida, aproximando e delineando os contornos de seu mundo interno em sintonia com a realidade externa. Como isso é possível?
O Neurofeedback é o Biofeedback de Freqüência Cerebral (EEG). Você já sabe que há um exame chamado Eletroencefalograma (EEG). Este exame se destina a demonstrar como está o funcionamento elétrico do cérebro e suas correlações com comportamentos e patologias. Qual seja: como o cérebro está pulsando, em que freqüência, a qual velocidade e o que isto gera na pessoa.
A base para a pesquisa e o desenvolvimento do Neurofeedback é a pergunta: se através do EEG podemos ver um padrão elétrico comum no cérebro de pessoas com determinadas patologias e comportamentos, será possível fazermos o caminho inverso, aprendendo alterar o padrão elétrico no cérebro e com isso gerar uma mudança na patologia ou comportamento? Parece complicado, mas foi a busca pela resposta a esta questão, através de inúmeras pesquisas realizadas no decorrer dos anos desde a década de 60, que originou a técnica hoje amplamente difundida em diversos países e de efeitos cientificamente comprovados.
De forma geral podemos explicar assim: fazemos uma gravação inicial do EEG, com método específico, de eficácia devidamente comprovada. A partir deste ponto temos um “panorama” do funcionamento elétrico do seu cérebro. Com isso estabelecemos regiões e freqüências personalizadas a treinar, a fim de que o seu cérebro entre em harmonia e equilíbrio interno, apresentando a freqüência apropriada a cada situação de vida e frente a cada desafio. No processo de treinamento, o software especificamente desenvolvido para isso fará a leitura das suas freqüências cerebrais (Neuro) e digitalizará estes dados. Por envolver feedback indica que você terá um retorno, uma resposta à sua ação no momento exato em que ela está sendo realizada. Ou seja, se estiver no padrão desejado você ganhará pontos no jogo que estiver jogando, ou verá a tela do vídeo aumentar e ficar bem nítida, ou ouvirá o volume da música aumentar, isto lhe mostrará quando você está no caminho certo ou quando se afasta dele. Se estiver fora do padrão, você perderá pontos no jogo, a tela de vídeo ficará pequena e sem brilho, a música terá seu volume diminuído.
Você aprenderá que não adianta acelerar o cérebro justamente na hora em que se está indo dormir, revisando a agenda do dia, lembrando do que ficou para trás ou no que terá que fazer no dia seguinte, pois isto causará uma noite agitada ou insone. Também de nada vale gerar freqüências muito lentas em momentos em que se precisa foco e atenção, porque se ficará disperso e as pessoas chamarão de distraído ou preguiçoso. Então, para dormir é preciso aprender a desacelerar as freqüências cerebrais, para focar é preciso delas mais rápidas, mas não ao ponto de elevar minha ansiedade.
O gerenciamento destas freqüências é o centro de aprendizagem do seu treinamento no Neurofeedback.
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