quarta-feira, 31 de julho de 2013

Treinamento com Neurofeedback oferece novos caminhos para o tratamento de crianças com TDA/H


Quando uma criança é diagnosticada com Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDA/H), alguns pais ficam relutantes em tratar com medicação. O treinamento com Neurofeedback, no qual a pessoa aprende a controlar aspectos da atividade das ondas cerebrais, oferece outra opção. Na revisão de 2012, a Academia Americana de Pediatria deu ao Biofeedback nível 1 de eficácia - mesmo nível dado aos medicamentos.
Um estudo de caso apresentado na Revista Biofeedback ilustra como as crianças com TDA/H podem ser avaliadas e treinadas com sucesso usando Neurofeedback. Uma avaliação inicial da criança permite aos provedores definir os parâmetros de treinamento individualizado. O Neurofeedback é combinado com estratégias de aprendizagem para aplicar as habilidades de auto-regulação de situações da vida cotidiana.
O sujeito do estudo, uma menina de 10 anos que preencheu os critérios para o diagnóstico de TDA/H, completou o treino inicial na primeira parte do seu 5° ano escolar. Ela demonstrou sintomas de distração, dificuldade em completar tarefas e dificuldade de concentração em seu trabalho escolar. Sua avaliação mostrou que ela tinha um padrão clássico de excesso de atividade das ondas cerebrais lentas. Ela respondeu bem a sessão de treinamento prático projetado para permitir que a paciente e os pais saibam o que esperar durante as sessões de treino duas vezes por semana.
Nas sessões de uma hora de duração, eletrodos são colocados, criando uma interface cérebro-computador. Atividades curtas e repetitivas de 2 a 3 minutos ensinam a criança a manter o foco, dando o feedback (retorno) sobre seu o sucesso em manter a concentração. A aprendizagem envolve uma exibição de um jogo (jogo de boliche, dardo se movendo em direção a um alvo, algo se movendo através de um labirinto), que é ativado quando o padrão de ondas cerebrais indica calma e foco e pára quando a criança sai fora desse padrão. A criança aprende, assim, o que ela sente ao prestar atenção conforme vai tendo que manter-se focada para colocar o jogo em movimento novamente. A duração do tempo e a dificuldade das tarefas são aumentadas ao longo do tempo. Para as crianças, motivação e interação positiva com o treinador são criadas, dando louvor e oferta de fichas que a criança pode usar para ganhar um prêmio.
A menina tinha um treinador principal, mas ela também trabalhou com vários outros treinadores em diferentes salas ao longo das sessões. Essa abordagem garantiu que os efeitos do treinamento vieram do Neurofeedback e das estratégias de aprendizagem, e não da relação treinador-sujeito. Ao longo de 60 sessões de treinamento, essa menina, gradualmente, aprendeu a reduzir a atividade cerebral das ondas lentas (3-7 Hz) e aumentar a atividade das ondas rápidas na faixa do ritmo sensório-motor (12-15 Hz), enquanto inibia uma faixa que refletia no efeito da tensão muscular (52-58 Hz).
Esse estudo de caso partilha técnicas utilizadas no treinamento de Neurofeedback para crianças com TDA/H, com o objetivo de ajudar os médicos a realizar o treinamento apropriado. Com profissionais realizando um trabalho de qualidade com bons resultados, o campo do Biofeedback pode continuar avançando.
O texto completo do artigo: “Treinar com sucesso uma criança com TDA/H”, Biofeedback, vol. 41, No. 2, 2013, está disponível em http://www.aapb-biofeedback.com/doi/full/10.5298/1081-5937-41.2.07

Sobre a Revista Biofeedback
A Biofeedback é publicada quatro vezes por ano e distribuída pela Associação de Psicofisiologia Aplicada e Biofeedback. A missão da AAPB é promover o desenvolvimento, a disseminação e a utilização do conhecimento sobre psicofisiologia aplicada e Biofeedback para melhorar a saúde e a qualidade de vida por meio de pesquisa, educação e prática. Para mais informações sobre a associação, consulte http://www.aapb.org.


Tradução e adaptação livre feita do artigo: Neurofeedback Training Offers New Paths for Treating Children With ADHD, do site PRWeb de Ontário-Canadá, dia 11 de Julho de 2013.


Disponível em: http://www.prweb.com/releases/2013/7/prweb10911789.htm