sexta-feira, 7 de junho de 2013

Os benefícios da amamentação para o cérebro dos bebês!


Um estudo utilizando de imagens do cérebro, feito por Ressonância Magnética, contribui para o crescente corpo de evidências de que a amamentação melhora o desenvolvimento do cérebro em crianças. A amamentação, sozinha, produziu um melhor desenvolvimento do cérebro do que uma combinação de aleitamento materno e fórmula, que produziu um melhor desenvolvimento do que somente com o uso da fórmula.



PROVIDENCE, RI [Brown University] - Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Brown encontrou mais evidências de que o aleitamento materno é bom para o cérebro dos bebês.

O estudo fez uso da Ressonância Magnética por imagem, especializada e “amiga do bebê”, para olhar para o crescimento do cérebro em uma amostra de crianças com menos de 4 anos de idade. A pesquisa constatou que até 2 anos de idade, os bebês que haviam sido exclusivamente amamentados por pelo menos três meses tiveram um maior desenvolvimento em partes importantes do cérebro em comparação com as crianças que eram alimentadas unicamente com fórmula ou que foram alimentadas com uma combinação de fórmula e leite materno. O crescimento extra foi mais pronunciado em algumas partes do cérebro associadas com a linguagem, função emocional e cognição, mostrou a pesquisa.

Esse não é o primeiro estudo a sugerir que a amamentação auxilia no desenvolvimento do cérebro dos bebês. Estudos comportamentais já, previamente, associaram a amamentação com melhores resultados cognitivos em adolescentes mais velhos e em adultos. Mas esse é o primeiro estudo de imagem que procurou diferenças relacionadas com a amamentação nos cérebros de crianças muito jovens e saudáveis, disse Sean Deoni, professor assistente de Engenharia na Brown e autor principal do estudo.

Queríamos ver o quão cedo essas mudanças no desenvolvimento do cérebro ocorre de fato, disse Deoni. “Nós mostramos que elas (mudanças) estão lá quase de cara.”

Os resultados estão na imprensa na Revista NeuroImage e agora disponível online:

Deoni lidera o Laboratório Avançado de Imagem do Bebê na Universidade Brown. Ele e seus colegas usaram aparelhos de ressonância magnética tranquilos que captam imagens do cérebro dos bebês enquanto eles dormiam. A técnica de ressonância magnética que Deoni desenvolveu foca na microestrutura da matéria branca do cérebro, o tecido que contém as fibras nervosas longas e ajuda as diferentes partes do cérebro a comunicarem-se entre si. Especificamente, a técnica procura por quantidades de mielina - o material gordo que isola as fibras nervosas e os sinais elétricos velozes enquanto eles se comprimem à volta do cérebro.

Deoni e sua equipe analisaram 133 crianças em idades variando de 10 meses a quatro anos. Todos os bebês tiveram um tempo normal de gestação, e todos vieram de famílias com condições socioeconômicas semelhantes. Os pesquisadores dividiram os bebês em três grupos: aqueles cujas mães relataram que exclusivamente amamentaram por pelo menos três meses; aqueles alimentados com uma combinação de leite materno e fórmula; e aqueles alimentados somente com fórmula. Os pesquisadores compararam as crianças mais velhas com as mais jovens para estabelecer trajetórias de crescimento da matéria branca para cada grupo.


O estudo mostrou que o grupo que foi exclusivamente amamentado teve o crescimento mais rápido na substância branca mielinizada dos três grupos, com o aumento no volume da substância branca tornando-se importante a partir dos dois anos de idade. O grupo alimentado com o leite materno e a fórmula apresentaram maior crescimento do que o grupo exclusivamente alimentados com fórmula, mas menos do que o grupo alimentado somente com leite materno.

Estamos descobrindo a diferença [no crescimento substância branca] é da ordem de 20 a 30%, comparando as crianças amamentadas com as não-amamentadas”, disse Deoni. “Eu acho que é surpreendente que possa haver tanta diferença tão cedo.”

Deoni e sua equipe, em seguida, cruzaram os dados das imagens com um conjunto de testes cognitivos básicos sobre as crianças mais velhas. Esses testes mostraram maior desempenho de linguagem, recepção visual e controle motor no grupo amamentado.

O estudo também analisou os efeitos da duração do aleitamento materno. Os pesquisadores compararam os bebês que foram amamentados por mais de um ano com aqueles amamentados menos de um ano, e encontraram um aumento significativo no crescimento do cérebro dos bebês que foram amamentados por mais tempo - especialmente em áreas do cérebro que lida com a função motora.

Deoni diz que os resultados adicionam a um corpo substancial de pesquisa que encontra associações positivas entre amamentação e saúde do cérebro infantil.

"Eu diria que, combinado com todas as outras provas, parece que a amamentação é absolutamente benéfica", disse ele.

Outros autores no estudo foram Douglas Dean, Irene Piryatinsky, Jonathan O'Muircheartaigh, Lindsay Walker, Nicole Waskiewicz, Katie Lehman, Michelle Han e Holly Dirks, todos trabalham com Deoni n Laboratório de Imagem do Bebê. O trabalho foi financiado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental.

Tradução e adaptação livre feita do artigo Breastfeeding benefits babies'brains, publicado pela Brown University, dia 6 de Junho de 2013. 

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