Um estudo de
caso apresentado na Revista Biofeedback
ilustra como as crianças com TDA/H podem ser avaliadas e treinadas com sucesso
usando Neurofeedback. Uma avaliação inicial da criança permite aos provedores definir
os parâmetros de treinamento individualizado. O Neurofeedback é combinado com
estratégias de aprendizagem para aplicar as habilidades de auto-regulação de
situações da vida cotidiana.
O sujeito do estudo,
uma menina de 10 anos que preencheu os critérios para o diagnóstico de TDA/H,
completou o treino inicial na primeira parte do seu 5° ano escolar. Ela demonstrou
sintomas de distração, dificuldade em completar tarefas e dificuldade de
concentração em seu trabalho escolar. Sua avaliação mostrou que ela tinha um
padrão clássico de excesso de atividade das ondas cerebrais lentas. Ela
respondeu bem a sessão de treinamento prático projetado para permitir que a
paciente e os pais saibam o que esperar durante as sessões de treino duas vezes
por semana.
Nas sessões de
uma hora de duração, eletrodos são colocados, criando uma interface
cérebro-computador. Atividades curtas e repetitivas de 2 a 3 minutos ensinam a
criança a manter o foco, dando o feedback (retorno) sobre seu o sucesso em
manter a concentração. A aprendizagem envolve uma exibição de um jogo (jogo de
boliche, dardo se movendo em direção a um alvo, algo se movendo através de um
labirinto), que é ativado quando o padrão de ondas cerebrais indica calma e
foco e pára quando a criança sai fora desse padrão. A criança aprende, assim, o
que ela sente ao prestar atenção conforme vai tendo que manter-se focada para colocar
o jogo em movimento novamente. A duração do tempo e a dificuldade das tarefas
são aumentadas ao longo do tempo. Para as crianças, motivação e interação positiva
com o treinador são criadas, dando louvor e oferta de fichas que a criança pode
usar para ganhar um prêmio.
A menina tinha
um treinador principal, mas ela também trabalhou com vários outros treinadores
em diferentes salas ao longo das sessões. Essa abordagem garantiu que os efeitos
do treinamento vieram do Neurofeedback e das estratégias de aprendizagem, e não
da relação treinador-sujeito. Ao longo de 60 sessões de treinamento, essa
menina, gradualmente, aprendeu a reduzir a atividade cerebral das ondas lentas (3-7
Hz) e aumentar a atividade das ondas rápidas na faixa do ritmo sensório-motor
(12-15 Hz), enquanto inibia uma faixa que refletia no efeito da tensão muscular
(52-58 Hz).
Esse estudo de
caso partilha técnicas utilizadas no treinamento de Neurofeedback para crianças
com TDA/H, com o objetivo de ajudar os médicos a realizar o treinamento
apropriado. Com profissionais realizando um trabalho de qualidade com bons
resultados, o campo do Biofeedback pode continuar avançando.
O texto completo
do artigo: “Treinar com sucesso uma criança com TDA/H”, Biofeedback, vol. 41,
No. 2, 2013, está disponível em http://www.aapb-biofeedback.com/doi/full/10.5298/1081-5937-41.2.07
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